A economia norte-americana cresceu mais do que o esperado no 4º trimestre
de 2006, 3,5% contra uma expectativa de 3%. Apesar do bom resultado do
deflator de preços (1,5%, em linha com as expectativas e desacelerando em
relação aos 1,9% registrados no trimestre anterior) os dados de hoje devem
reforçar a preocupação do mercado com a inflação. Além do crescimento acima
do esperado, que pode gerar dúvidas sobre se a ociosidade de recursos irá
de fato aumentar e contribuir para conter a inflação, também deve preocupar
a forte desaceleração nos investimentos não residenciais, que de um
crescimento de 10% no 3º trimestre passou para uma queda de 0,4% no 4º
trimestre, o pior resultado desde o 1º trimestre de 2003. Tal resultado
pode aumentar as dúvidas em relação ao crescimento do PIB potencial, um
debate que vem ganhando força no mercado e internamente no Fed a partir de
sinais de que o ritmo de crescimento da produtividade está se
desacelerando. Caso o Fed se convença de que o ritmo de crescimento do PIB
potencial é menor do que o previamente estimado, é possível que ele se veja
obrigado a aumentar a dose de aperto monetário para adequar a expansão da
demanda agregada a essa nova realidade.
Os dados de hoje reforçam a tese de que levará um bom tempo para que o Fed
sinta-se confortável para iniciar o processo de afrouxamento da política
monetária e, para os mais pessimistas, aumentam as chances de uma nova alta
da taxa de juros no futuro próximo. A ansiedade dos mercados com o
comunicado do Fomc hoje, com o deflator do PCE amanhã e com os dados do
mercado de trabalho na sexta devem aumentar, assim como as taxas de juros
dos Treasuries.
quarta-feira, janeiro 31, 2007
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