Com a instituição da reeleição a democracia brasileira tornou-se frágil, ficamos reféns de um presidente débil e corrupto que utiliza dos recursos orçamentários para se perpetuar no poder, distribuindo "vales", vale-isso, vale-aquilo e o eleitor que vive na miséria e mal informado vota no cidadão com medo de perder os "benefícios" adquiridos. E enquanto isso nossa imagem no exterior vai se deteriorrando.
O The Wall Street Journal traz um editorial sobre a eleição brasileira deste domingo, citando que "sérias alegações de fraude dentro da campanha de Lula tornaram-se a principal questão na corrida (eleitoral) nas últimas duas semanas. Somado a uma série de outras acusações de orrupção implicando membros do PT próximos ao presidente no último ano, este escândalo tem o potencial de forçar uma decisão."
Sob o título "O Brasil é louco ou é só o sistema?", o diário nova-iorquino faz referência a um conhecido trocadilho que liga o Brasil à palavra "nuts", que dependendo do contexto pode ser lida como louco ou como uma generalização para alimentos como castanhas. O jornal, que é uma das fontes de informação financeira e econômica mais respeitadas no globo, afirma que specialistas estão fazendo apostas para saber se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá ganhar a eleição no primeiro turno.
Citando a frase "corrupção é um efeito comum do intervencionismo", de Ludwig von Mises, um dos representantes do Liberalismo, o editorial pondera que "Lula pode bem ser inocente, como ele alega, de qualquer envolvimento nos escândalos gravitando em torno do seu partido. Mas também é verdade que se a corrupção pegou ele de surpresa ele tem apenas a sua própria política para culpar".
O Jornal adverte que "um prejuízo real ainda pode ser visto no segundo mandato" de Lula. "Mesmo se ele ganhar no primeiro turno, o PT deve perder cadeiras no Congresso. Se isto acontecer, Lula provavelmente terá de conceder postos no gabinete para seus aliados."
O editorial ainda acrescenta que, "enquanto o PT não é o único partido em Brasília manchado por acusações de desonestidade, nos anos recentes parece que ele elevou a uma forma de arte práticas sofisticadas de compras de votos no Congresso, proprina e, mais recentemente, um plano fraudulento de compra de um relatório falso destinado a atingir um rival político".
O editorial declara que "crescimento econômico lento e corrupção são dois rebentos do governo-monstro em Brasília que danificaram pesadamente o legado de Lula".
Um resultado previsto por Von Mises: "Os advogados do intervencionismo fingem substituir pelos efeitos da propriedade privada e interesses estabelecidos a arbitrariedade ilimitada do legislador desinteressado e sábio e seus escrupulosos e incansáveis servos, os burocratas". No mundo dos anticapitalistas, ele explica, apenas aqueles na lista de pagamento do governo são classificados como generosos e nobres.
Já o jornal britânico The Times publica hoje reportagem sobre a sucessão presidencial brasileira com o título "Teflon Lula a caminho da vitória". O diário afirma que com os pobres indiferentes aos escândalos, o presidente brasileiro parece destinado a obter um segundo mandato. Lula é como Ronald Reagan dos anos 80. Ele é o presidente Teflon, disse ao Times o professor de ciência política da universidade de Brasília, David Fleischer.
O Times afirma que muitos eleitores estão dispostos a ignorar os escândalos por causa do sólido, embora não espetacular gerenciamento da economia. O crescimento tem sido anêmico, prejudicado por uma das taxas de juros mais elevadas do mundo, disse o jornal. Mas juros elevados reduziram a inflação, o tradicional carrasco dos governos sul-americanos. A inflação baixa, acrescentou o jornal, significa que os aumentos no salário mínimo concedidos pelo presidente geraram uma melhora real na qualidade vida dos trabalhadores, e os alimentos básicos estão com seus preços mais baixos em muitos anos.
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